Monday, February 15, 2010

Falta-me um título para isto. Raios partam!

Ando um pouco aborrecido. Não esperava ter as férias que afinal estou a ter. Tento ocupar o meu tempo mas ainda assim ando aborrecido. Talvez porque andei à quase velocidade da luz durante Janeiro... Mas até queria estudar... só que os profes ainda não nos deram nada suficientemente trincável. Que seca!

Mas deu para pensar e pôr as ideias em ordem... O que eu vinha falar hoje é um pouco conclusão daquilo que escrevi da outra vez. Andei a pensar nessas questões todas... Ando menos perturbado da cabeça. Apercebi-me de que o ser humano tem realmente um dom que é a sua própria maldição. Somos demasiado inteligentes, porra!
É da nossa natureza melhorarmos as nossas ferramentas com que caçamos, também desde sempre tentámos melhorar as nossas casas, isolando-as da estocasticidade externa, as nossas roupas, então se falarmos de medicina a lista de avanços nem se fala. E quão necessários se têm demonstrado... Nos tempos mais remotos do ser humano, este vivia até aos vinte anos (na melhor das hipóteses...) agora não é rara a pessoa que chega aos oitenta...

E de facto não posso culpar quem cura os doentes, quem já me curou. Se o ser humano é capaz disso... porque não? Todos os animais se tivessem essa possibilidade com certeza também o fariam (ou não?)

Por outro lado, os nossos genes não evoluem com a medicina. Isto é polémico, mas é verdade, apesar de não estar a dizer que devíamos deixar de nos apoiarmos uns aos outros. Mas a verdade é que as regras por que a natureza se rege são algo drásticas. E já vimos o quanto a aplicação dessas regras ao ser humano pode resultar num período negro da História do Homem como o é a Segunda Guerra mundial, que foi provocada por uma filosofia de Seleção Natural seguida por Hitler.

O mundo é dinâmico e vai mudando. No entanto, o ser humano não vai evoluindo com ele. Porque quase qualquer um de nós contribui para a geração seguinte, independentemente de ser "mais apto" ou "menos apto".

Por isto tudo eu falo da inteligência humana como um dom, mas também uma terrível maldição... Nem estou a falar da maldição que a inteligência humana tem para com a natureza, já que é inevitável que o Homem tenha de pensar no seu desenvolvimento de um modo sustentável. Estou sim a falar de uma maldição contra ele próprio. Não sei se poderemos desligarmo-nos muito mais da natureza.

É tudo... de uma próxima vez tentarei manobrar melhor esta confusão de pensamentos.

5 comments:

  1. Gostei de ler. Continua a escrever Chichorro.

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  2. adoro os teus textos! e sinto-me tao bem a lê-los! finalmente alguem que me entende, e que eu entendo!
    parabens e continua!
    beijinhos biocolega:)

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  3. Primeiro pensamento: o Chichorro tem um blog! (era inevitável pensar isto)

    Segundo pensamento: há ali uma palavra que não faço ideia do que significa e que nunca ouvi mas que me faz reverenciar-te mais um pouco (são tão manipulável, geez)

    Terceira pensamento: eu percebo isso. Viver com um pai enfermeiro tem destes conhecimentos sobre a vida e a morte. Até que ponto devemos aplicar os nossos conhecimentos sobre medicina? O que é considerado um atentado à ética e aos direitos humanos? Manter uma pessoa ligada ao uma máquina de suporte de vida é medicina ou tortura? Etc etc etc...
    Toda uma fonte de questões filosóficas cuja resposta é essencial para uma melhor vivência em sociedade a par com os avanços dos novos séculos.
    Hei-de pensar nisto mais aprofundadamente e venho cá deixar-te as minhas ideias (nunca conclusões, este não é um tema que tenha um final simples e não é um assunto sobre o qual se deva extipular uma regra - afinal toda a regra tem excepção).

    Abraço Chcichorro! *

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  4. Ainda bem que percebes, Lucie :) também é um alívio para mim!

    Rita: sim, tenho um blog :P já não estava habituado a este mundo da blogosfera e apercebi-me de que consigo pensar melhor e organizar melhor as ideias tendo um blog. além disso, vou mantendo um historial meu... que dá sempre imenso jeito. mas devo confessar que foi muito a ver a maneira como te dedicavas ao teu blog que me mandei para a frente neste projeto, obrigado :)

    2. eu acabei de ser manipulado pela tua palavra "reverenciar". Não sei o que significa :P

    3. Eu queria refletir sobre o facto de o ser humano se proteger contra as doenças cada vez mais de um modo artificial, por ele inventado, combatendo as mesmas não com o genoma mas com armas por ele criado, não propriamente sobre ética e direitos humanos. Basicamente, desde sempre o ser humano considerou que o trabalho de investigação para medicina só traz benifícios. Mas a verdade é que também traz malefícios a longo prazo para a espécie humana, já que não se deixa evoluir num mundo dinâmico e em constante mudança.

    E aqui temos uma decisão lixada... até que ponto deveremos intervir na cura das pessoas? Até que ponto devemos permitir ainda a evolução humana? Por um lado, parece-me óbvio que deixar alguém morrer com uma doença qualquer é extraordinariamente horroroso, sob o pretexto de que a espécie humana tem de evoluir? (Assistimos a isto com Hitler...)
    Por outro lado, ficar um ser cada vez mais artificial, mais vulnerável a tudo o que é natural, com necessidade de ficar sempre em casa para não apanhar uma constipaçãozinha, quem sabe se no futuro o ser humano não tenha de viver em cápsulas porque entretanto a composição de gases da atmosfera muda nem que seja ligeiramente...)

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  5. Sim, estou a perceber a tua perspectiva das coisas, desviei-me um bocado da ideia que estavas a transmitir. E agora vou desviar-me mais um pouco para te fazer perceber uma faceta da realidade de que se calhar não tens noção:

    Estava eu a ver um programa parvo que dá na SIC radical sobre um cozinheiro (gourmet) britânico quando percebo que, ao passear na Grécia, ele acha estranho existirem tantas pessoas idosas. Para ele essa realidade é completamente estranha, não está habituado a ver uma população tão envelhecida. Achei-o um bocado parvo até que percebi que o facto de os mediterrânicos (incluindo nós, portugueses) terem uma longevidade tão extensa deve-se ao facto de comermos comida saudável: muitas saladas, muitos legumes, azeite, pão, etc. Isso distingue-nos do resto do mundo.

    Sim, o avanço da medicina é agora também uma razão para existir tantas pessoas tão velhas, mas a verdade é que a nossa população já tem uma certa longevidade devido a tendências culturais e gastronómicas. Awesome, né? Eu acho. :)

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